“S1nais do Futuro (Knowing)” de Alex Proyas
Ao sair da sala estava certo que por essa altura (1 mês depois na sua estreia nos EUA), o filme já seria alvo das mais variadas análises, críticas e comentários, um pouco por toda a net! Quando a história tem tais contornos e tal desenlace, seria bastante improvável que isso não acontecesse…
Confesso que antes de escrever este comentário perdi algum tempo a ler as mensagens colocadas em alguns fóruns (especialmente no IMDB) numa humilde tentativa de conhecer a opinião de outros e, sobretudo, para constatar até que ponto tinha “percebido” o filme!?
Colocando de lado diferentes gostos e sensibilidades, a maioria das opiniões convergia para a ideia (curiosamente muito próxima da que tinha formulado à saída do cinema) de que o último terço do filme prejudicava (em demasia!) o que tinha sido construído durante quase 1h30.
Não querendo falar demais, digamos apenas que a solução encontrada foi demasiado fácil (e até um pouco incoerente) para uma premissa e um desenvolvimento que merecia mais imaginação, mais engenho e (aqui uma opinião totalmente pessoal) mais optimismo!
Paralelamente, o filme “perde muito tempo” com enredos secundários que pouco acrescentam à história, funcionando meramente como falsas pistas ou experiências demasiado metafóricas.
Bottom-line o filme explora a actuação das pessoas perante situações extremas e a nós, confortavelmente sentados na sala de cinema, a maioria das atitudes parecem-nos irracionais, ilógicas, próprias de um qualquer filme de série B.
Quando John (Nicolas Cage) descobre na mochila do seu filho o “desenho” de uma menina da escola local à 50 anos atrás, estava longe de imaginar o significado daquela série de números.
Parte de um projecto escolar imaginativo, uma turma de alunos deposita numa Cápsula do Tempo as suas visões de como o futuro será. Na data marcada os seus sucessores irão desenterrar esse tesouro e perceber as fantasias idealizadas 50 anos antes… bem, nem todos!
Um desses “desenhos” é composto meramente por uma série interminável de números…
De forma totalmente aleatória ou pré-determinada (como preferirem) John irá descobrir o aterrador significado desses números. Enquanto é confrontado com a veracidade/autenticidade daquelas profecias, ele terá que proteger o seu filho (órfão de mãe) de um grupo de estranhos indivíduos, ao mesmo tempo que entrará em contacto com Diana (Rose Byrne), a filha da estranha miúda que, em 1959, escreveu aquela lista.
Numa outra altura, numa diferente conjectura talvez fosse possível identificar no filme outras veleidades, outros argumentos que ajudassem, à sua absorção de forma bem mais positiva e objectiva.
Já em I, Robot, o realizador Alex Proyas tinha apresentado uma visão diferente do futuro, dos seus riscos e dos seus desafios porém, há altura, o desenlace tinha tornado o filme numa agradável surpresa.
Desta vez, a sua visão talvez demasiado pessimista, talvez demasiado linear, talvez demasiado determinista, acaba por transformar o filme num “fardo”, talvez demasiado pesado de carregar.
Várias vezes o filme fez-me lembrar Shyamalan, infelizmente dos tempos mais recentes, de The Happening!
Se realmente forem assistir optem por uma postura mais distante e critica ao que está a ocorrer, ao invés de se deixarem levar pelo filme…