“Confronto de Titãs (Clash of the Titans)” de Louis Leterrier
A reboque do imenso sucesso que foi a experiência 3-D em Avatar, muitos dos grandes projectos deste Verão (e dos próximos) apressaram-se a adaptar-se a esta nova tecnologia… e fonte de receitas!
O problema é que muitos dos projectos encontravam-se já em fases adiantadas do seu desenvolvimento, impossibilitando o uso da tecnologia inovadora impulsionada por James Cameron.
Porém, indústria que se preze tem sempre outras alternativas à sua disposição e, se não foi possível filmar em 3-D isso não quererá dizer que não se possa exibir em 3-D!
… basta investir um pouco numa boa equipa e informáticos e… voilá, já se pode cobrar +2€ ou +5$ por bilhete!
Vão mas é passear! Ou fazem um filme realmente em 3-D ou de mim não levam tusto! E tenham muito cuidado para não matarem a “galinha dos ovos de ouro”!
E o pior é que com esta confusão toda acabamos por passar grande parte do tempo a olhar para a vertente tecnológica na busca de … nada! Já que a versão que eu vi era em 2-D e tudo!
Ainda assim, nem tudo é prejuízo! Entretidos a apreciar as opções tecnológicas acabamos por nem dar muito atenção à (fraca) qualidade do argumento, demasiado enrolado entre deuses, semi-deuses e arrogantes mortais!
No meio daquilo tudo encontramos Sam Worthington, a mais recente exportação e revelação do cinema australiano, que depois de Terminator: Salvation e Avatar, continua a somar desempenhos marcantes e a cimentar a sua imagem de herói do cinema de acção!
Aqui Worthington é Perseus, um semi-deus que durante a 1ª parte da sua vida desconheceu a sua origem mas que pressente que a sua existência tem uma razão de ser… mitológica!
Noutro plano, Zeus (Liam Neeson) e Hades (Ralph Fiennes) prosseguem a sua luta pelo poder dos deuses sobre os humanos, envolvendo-se numa verdadeira intriga palaciana com implicações directas no futuro dos mortais.
Caberá a Perseus equilibrar a balança de forças entre deuses e mortais!
Se no seu conjunto a história nem tem muito por onde se pegue, o filme vale sobretudo por algumas cenas de acção bem encenadas e concebidas que nos pregam (literalmente) à cadeira!
Louis Leterrier pode nem ser um grande artista ou um cineasta muito introspectivo mas se há característica que a sua carreira tem demonstrado (no franchise Transporter ou no mais recente The Incredible Hulk) é a sua capacidade para conceber cenas verdadeiramente electrizantes.
Este Clash of the Titans não foge à regra.
… para o bem… e para mal!