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“O Americano (The American)” de Anton Corbijn


Em pouco mais de 10 anos, George Clooney conseguiu construir uma carreira e uma imagem pública (de tal magnetismo) que lhe permite fazer aquilo que bem entender…

Entre protagonizar filmes de entretenimento (como Ocean’s Eleven), assumir as rédeas da realização (Good Night, and Good Luck) ou paradoriando-se com os amigos (Burn After Reading, Men Who Stare at Goats), o actor norte-americano tem arranjado tempo, também, para alcançar várias nomeações aos Oscars (Syriana, Michael Clayton, Up in the Air).

Desta vez a opção passou por colaborar com um dos mais conceituados realizadores off-stream do actual panorama cinematográfico mundial.

Anton Corbijn será um perfeito desconhecido para o público em geral (onde humildemente me incluo!) contudo o seu trabalho como documentarista musical e, sobretudo, na sua premiada obra de estreia, Control, despertou a curiosidade e o apreço de muitos dos experts do sector!

Ora, Clooney pode fazer o que lhe bem entender e, encontrado o argumento certo, lá se desenvolveu a tal colaboração. Mas, caras fãs e idolatrantes do charmoso actor de E.R., esqueçam aquela imagem de galã irresistível, Jack (Clooney) é um homem “marcado” pelos anos e obcecado por uma existência pecadora. É um homem “sujo”… espiritualmente que procura em cada esquina uma sombra (de si mesmo) que o persiga e pretenda acabar com a sua vida…

Assassino profissional prestes a entrar na reforma, Jack encontra refúgio numa pequena vila italiana, onde a bela e sumptuosa Clara (Violante Placido) capta inesperadamente a sua atenção. Apenas mais um trabalho separa o veterano especialista da prometida reforma, no entanto, o passado parece persegui-lo implacavelmente…

Longe de poder ser considerado um thriller convencional, The American é um filme que vive de uma constante tensão e de uma sensação de desconforto que trespassa do seu protagonista para o comum dos espectadores.
Por outro lado, há uma atmosfera introspectiva, até de redenção, personalizada pela figura do Padre Benedetto – sentido e terno desempenho de Paolo Bonacelli – que tenta recuperar uma alma perdida e incrédula.

É, precisamente, desta dicotomia que vive a obra do realizador holandês! Dela… e do desempenho imaculado de George Clooney, num retrato contido e explosivo de um homem que vive em constante alerta e em constante tormento.

Não será uma obra memorável mas ninguém poderá negar que se trata de um filme à parte que explora como poucos o talento de cada detalhe, de cada imagem, de cada palavra…

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  1. Dulce diz:

    Concordo que a fotografia do filme «seduza» o espectador (Itália é a «sedução em pessoa», o que desde logo ajuda…), mas achei o filme parco em pormenores, muito ambíguo e, nalguns casos, com algumas incongruências… No entanto, no geral pode dizer-se que vale a pena ver, ainda que a milhas de ser uma obra prima.

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