“Tom & Jerry” de Tim Story

Depois do duelo de titãs em Godzilla vs Kong, continuamos na mesma senda, desta vez com outra dupla tenebrosa, Tom & Jerry!
O gato e o rato mais famosos do mundo (da BD) têm direito a uma versão arrojada, nesta sua mais recente aparição na 7ª arte. A mistura entre imagem real e animação, e não querendo cometer qualquer heresia, pode finalmente ter encontrado o devido sucessor para Who Framed Roger Rabbit.
Bem mais descontraído e inconsequente do que a obra de Robert Zemeckis, este Tom & Jerry sabe tirar partido da extraordinária evolução tecnológica que permite colocar animais de traço e cor a interagir com atores de carne e osso, da forma mais natural e escorreita possível.
Mais relevante, Tim Story – cujo CV não é propriamente de se deitar fora – fá-lo sem ter de beliscar minimamente a imagem (oriunda dos cartoons) que temos da dupla.
Na prática, o filme transporta a dinâmica visual e narrativa da dupla para a 7ª arte, adicionando-lhe Chloë Grace Moretz, Michael Peña e Ken Jeong de forma alegre e consequente.
Mais importante, o filme consegue exaltar toda a magia dos eternos cartoons, num misto de nostalgia adorável e rejuvenescimento cultural. Sem dúvida alguma, o seu principal mérito é mesmo a correspondência entre a imagem que temos destes eternos (ini)amigos e a capacidade para introduzir Tom & Jerry para toda uma nova geração.
Tom & Jerry (re)encontram-se uma nova vez na eletrizante Nova Iorque, num mundo onde os animais animados, interagem naturalmente com os humanos. Naturalmente, não tardará até que o pequeno e astuto rato e o temerário e querido gato façam faísca, especialmente quando se “alojam” num dos mais míticos hotéis da cidade onde, precisamente, se irá realizar o casamento do século. E se a lei de Murphy anuncia que “se algo pode correr mal, irá mesmo correr mal”, Tom & Jerry, melhor que ninguém, têm as ferramentas certas para o garantir!
Foi realmente delicioso.

