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“Lego Batman: O Filme (The Lego Batman Movie)” de Chris McKay

Depois do encantamento, o desapontamento…
Por onde começar?

Quando, em 2014, The Lego Movie chegou aos cinemas a receção geral – e especialmente aqui no burgo – foi de profunda admiração e deslumbramento. Como era possível pegar em milhões de pequenas peças (de legos®) e transformá-las num filme tão cativante, tão hipnotizante, tão viciante? Pura magia, era o único argumento possível.

Uma história simples mas mirabolante, alguns dos mais reconhecidos super-heróis da Galáxia e um Zé-ninguém, ávido por aventuras. E claro, um argumento preciso e precioso, que fazia rir, cantar e até, deixar cair uma lagrimazinha no canto do olho.
Visualmente, foi, seguramente, dos filmes mais incríveis que tive a oportunidade de ver no cinema. Cada detalhe, cada momento, era do mais puro brilhantismo.

A sequela era/é apenas uma questão de oportunidade. No entanto, ao invés de prosseguir com as desventuras de Emmet, a Warner Bros apostou num propício spin-off, recuperando uma das personagens mais ricas e amadas do filme original, precisamente, Batman! O homem-morcego é um dos mais profícuos super-heróis da história do cinema (e da TV). Chegou agora a vez, de ter direito ao seu LEGO®-Movie.

Do ponto de vista visual, a saga continua irrepreensível. Com um ritmo frenético e imaginativo, viajamos sempre a grande velocidade. Tijolo por tijolo. Infelizmente, a história não consegue acompanhar o passo.
Com um argumento demasiado complexo e, acima de tudo, exigente, sentímo-nos rapidamente perdidos com tantas e tantas personagens, com tantas e tantas subtilezas, com tantas e tantas “piscadelas de olhos”. A história, propriamente dita, não é assim tão difícil de acompanhar mas para conseguir perceber todos os (preciosos) detalhes de cada diálogo e de cada nuance do enredo, é necessário ter um conhecimento profundo do universo cinematográfico dos últimos 10/15 anos, um conhecimento profundo da língua inglesa e de todas as suas minuciosidades e um conhecimento profundo de mais de meio século das aventuras de Batman e Bruce Wayne.

Só um imenso fã das aventuras do homem-morcego seria capaz de assinar tamanha façanha… e ao mesmo tempo conseguir manter o espetador (comum) minimamente informado e interessado. Infelizmente, não é o caso.

Chris McKay pode até ter o seu talento mas não é nenhum Phil Lord ou Chris Miller. A dupla, responsável por The Lego Movie tem no seu currículo filmes como 21 Jump Street, a sua sequela e o surpreendente Cloudy with a Chance of Meatballs. Para além, obviamente, da próxima antologia da saga Star Wars. Já McKay é mais conhecido pelo seu trabalho com a série de animação Robot Chicken

Nada contra, entenda-se. Mas com a fasquia tão elevada (com o primeiro filme) e sem um critério mais conciso, é difícil de construir um filme amplamente agradável, apesar dos melhores esforços dos envolvidos.

O próximo passo parece ser Ninjago – a adaptação à 7ª arte dos bonecos e desenhos animados de imenso sucesso da própria LEGO.
Não estou a ver como isto pode correr bem…

 

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