“Captain Marvel (Capitão Marvel)” de Anna Boden e Ryan Fleck
A Marvel continua a entusiasmar, como poucos, os seus fãs.
Captain Marvel pode não ser um filme extraordinário, mas cumpre com elevada distinção a sua função primordial, a de introduzir a Super-Herói que irá derrotar Thanos em Endgame.
Será algo injusto reduzir Carol Danvers a esta sua eminente função narrativa mas, pelo menos nesta Phase III, parece mais do que evidente que será esse o seu destino.
O duelo entre o Super-Vilão do MCU e a nova coqueluche da Avengers Initiative tem os dias contados (43, mais precisamente), e a espera será realmente dolorosa.
O seu, a seu tempo, então. Não faltarão oportunidades para discutir esse inesquecível 4º capítulo da saga Avengers.
Brie Larson é, portanto, a nova cara da Marvel. Depois do Oscar por Room, a jovem atriz tem andado algo desaparecida da 7ª arte, muito por culpa desta sua dupla participação nos filmes da Marvel mas, também, pela sempre complicada gestão da carreira de uma atriz que acaba de ganhar o Oscar® de Atriz Principal, com pouco mais de 25 anos!
Curiosamente a tenra idade da nova protagonista do MCU é um dos detalhes que salta à vista neste Captain Marvel. O seu aspeto jovial e descontraído retira-lhe algum carisma e segurança, ainda que o seu poder (extraordinário) o contrarie. Mas antes de lá chegarmos temos uma história bem conseguida, com altos e baixos, com momentos a lembrar Guardians of the Galaxy e outros a lembrar Thor: Ragnarok. Mas também temos os anos 90, em todo seu esplendor Blockusteriano e pré-revolução digital.
Apesar da inexperiência e da insegurança Vers (Larson) sente-se preparada para assumir o seu posto (de combate) na frota Kree, uma raça alienígena tecnologicamente evoluída. Apesar das suas reservas, o comandante da Star Force, Yon-Rogg (Jude Law) não deixa de confiar nela e chama-a para uma primeira missão. Mas quando nem tudo corre planeado e Vers vê-se isolada no planeta C53, o seu passado irá deparar-se defronte com ela. O seu passado, e Nick Fury (Samuel L. Jackson), um agente especial da recém criada S.H.I.E.L.D..
Ao contrário de muitos filmes de super-heróis, Captain Marvel tem o dom de misturar histórias e tempos, com revelações e flashbacks que nos ajudam a montar a estrutura narrativa de quem, afinal, é Carol Danvers. Essa incerteza, aliado a uma precisa dose de humor, conduzem o filme a bom ritmo e espírito, muito ao jeito do que a Marvel tem construído na última década.
Seguramente que teremos direito a muito mais Captain Marvel no futuro próximo. A tenra idade da sua protagonista, a magnitude dos seus poderes e a vastíssima panóplia de oportunidades e histórias que ela permite – para além dos cruzamentos com outras personagens queridíssimas da Marvel, como GotG ou Thor – assim o indica obriga!
Para já, foi muito bom conhecê-la… e não poderíamos estar mais ansiosos pelo seu regresso.
Mais não fosse – e há muito mais obviamente! – porque o próximo é Avengers: Endgame!