“Seduz-me Se És Capaz (Long Shot)” de Jonathan Levine
Pretty Woman, Notting Hill, Love Actually, When Harry Meets Sally, The Big Sick, Crazy, Stupid, Love., Groundhog Day, … Long Shot!
É na companhia destes míticas comédias românticas – do melhor que o género criou nos últimos 30 anos – que perdurará a memória do mais recente filme de Jonathan Levine.
E está tudo dito. Ou quase.
Foi uma doçura, efetivamente.
Charlize Theron e Seth Rogen demonstram uma química amplamente inesperada, sobretudo fruto da flexibilidade e talento da atriz sul africana entre uma postura mais estatal e um lado mais descontraído e inocente. Já Seth, faz o seu típico papel de desbocado idealista, Mas ambos com um sentido de oportunidade e solidariedade invejáveis.
Para além dos seus protagonistas, é inequívoco que tudo o mais encaixa com distinção. O enredo convence e cativa, com umas bicadas á atual situação política e social norte-americana e um sincera história de amor entre um “sapo” e uma “princesa”. Mais ainda, o humor é inteligente, competente e muitas vezes hilariante.
Não é só um feel good movie. É entretenimento de qualidade. É um sorriso de orelha a orelha ao sair da sala de cinema. É a sensação que nada é impossível… mesmo que improvável!
Charlotte Field (Theron) é a Secretária de Estado norte-americana (o equivalente ao nosso Ministro das Finanças) e mais que provável sucessor do atual presidente (Bob Odenkirk).
Fred Flarsky é um jornalista irreverente que não olha a compromissos (especialmente os que lhe podem condicionar a escrita) e recentemente despedido.
Charlotte e Fred conheceram-se quando eram miúdos, e voltam a cruzar-se quando a futura candidata procura sangue novo para lhe preparar os discursos.
O resto é história.
Nota final para o trio de secundários que acompanha a dupla de protagonistas. O’Shea Jackson Jr. é o melhor amigo de Fred e figura incontornável da sua vida enquanto June Diane Raphael e Ravi Patel são os assessores da candidata. Cada um há sua maneira, contribui para a naturalidade com que a narrativa evolui e, especialmente, para o tom bem-humorado e divertido imposto pelo filme.
E aí, será impossível não referir o trabalho do jovem realizador Jonathan Levine. 50/50 e Warm Bodies são dois daqueles filmes que deixavam antever que havia um enorme talento à despontar. Simplicidade aliada a uma irrepreensível assertividade, são os seus principais atributos, especialmente valorizados numa indústria cada vez mais inundada pelo cinema de aventura e suspense.
Foi deliciosamente doce, melado até em alguns momentos, mas sempre inteligente, criterioso e super divertido.
Foi realmente muito bom!
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