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“Amor Acima de Tudo (Everything, Everything)” de Stella Meghie

A ascensão e debacle das Young Adult Adaptations… em pouco mais de uma década!

Depois do sucesso descomensural de Harry Potter, Twilight e The Hunger Games, multiplicaram-se as adaptações de romances destinados aos adolescentes. Outras sagas seguiram-se mas por uma razão ou por outra, o destino de Divergent, Maze Runner ou Percy Jackson esteve longe de ser tão risonho.

Em paralelo com as adaptações mais aventurosas surgiram as mais românticas com The Fault in Our Stars como apogeu máximo desse fenómeno. Mas como o comprovou Paper Towns por exemplo, não basta o chavão, é necessário fazer filmes de qualidade.

É neste contexto que surge Everything, Everything. Publicada em 2015, a obra de Nicola Yoon chega ao cinema meros 2 anos depois. Mas os tempos são outros. E por muito que continuem a existir adolescentes ávidos por verem as “suas” histórias retratadas na 7ª arte, o momento passou…
Só isso pode justificar que um filme simples, sincero mas suficientemente inteligente e surpreendente, possa passar pelas (nossas) salas de cinema sem o devido reconhecimento.

Para aqueles que sentiram alguma familiariedade com os protagonistas convém elucidar que Amandla Stenberg é nada mais, nada menos que a pequena Rue do primeiro The Hunger Games, que Nick Robinson é um dos miúdos perdidos no novo Jurassic World e que Anika Noni Rose era uma das Dreamgirls. Feitas as devidas e necessárias apresentações, os elogios. Nada de transcendente de nenhum deles mas reconhecida competência, espontaneidade e, sobretudo, uma leveza precisa perante a maior rigidez do argumento.

Maddy (Stenberg) acabou de completar 18 anos mas o seu dia-a-dia jamais passou das paredes e vidros da sua casa. Portadora de uma doença de imunodificiencia bastante grave, a única forma de garantir a sua sobrevvência é reduzir-se ao ambiente protegido e controlado das 4 paredes.
Até que um novo vizinho (Robinson) despertará em Maddy sentimentos por ela desconhecidos. A curiosidade, as emoções e um novo sentimento de urgência levarão Maddy e Olly a cometer algumas loucuras… com consequências imprecisíveis.

Mais do que o doce e singelo enredo fica como ótima recordação o twist que muda por completo, a nossa perspetiva do filme. Vezes em conta temos insistido que não é preciso muito para fazer um bom filme e contar uma história. Basta uma ideia e, independentemente do género, estaremos perante um filme acima da média. É isso que Everything, Everything tem para oferecer. Deixem-se levar, sem preconceitos.

O momento das YA adaptations pode ter passado mas nunca é tarde para apreciar um bom filme numa sala de cinema. Mesmo tendo plena consciência que não somos propriamente o seu público alvo, ficamos agradavelmente surpreendidos.

Arrisquem!! Nunca se sabe o que vão encontrar.

  

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